quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Drops*... "au revoir, les enfants"



Essa obra prima com traços autobiográficos do mestre Louis Malle é um retrato da formação da juventude francesa no auge da segunda guerra mundial. os jovens, dentro do colégio ficam a parte do que acontece em pleno 1944, tendo noticias esporádicas da situação. a guerra é como um personagem secundário que ao desenvolver da narrativa empenha papel cada vez mais forte. enquanto isso, Malle arranca lindas cenas dos melhores momentos da infância, as travessuras dos jovens encantam o espectador e Malle não deixa de impressionar, como nas discussões sobre a existência de Deus entre os jovens, citando Tomás de Aquino e Bergson, ou então nas diversas referencias literárias que faz, e ainda em certos diálogos existencialistas, curtos e aparentemente ingênuos. a construção da trama é impecável, o ambiente descontraído e cômico de uma turma de garotos de 12 anos que estão em processo de descobrimento da vida: a música, a literatura, as amizades o amor, disfarçam a atmosfera de tensão e angústia que atingia a França ocupada pelos Alemães, mas, ao final esse aparente universo idílico e isolado é acometido pelo inevitável, a busca alemã por refratários que irá subjugar qualquer expectativa a respeito da conclusão do filme.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

"Da nossa vida em meio da jornada..." pequeno comentário.*



Pode-se destacar quatro monumentos definitivos herdados da Idade Média. Suma Teológica, de Tomás de Aquino, a Arquitetura gótica, a pintura de Giotto (autor do quadro acima), e por fim, a Divina Comédia. Dante Alighieri, Durante Aldighiero. um nome intrínseco a história da literatura humana. nascido em Florença, em 1265, maio, dia não especificado. Político, Pensador, Guerreiro, Mercenário, Revolucionário, Poeta. ao se enveredar na politica, inicialmente manteve-se neutro diante das lutas entre Brancos, os guelfos, defensores do papa, e, os Negros, gibelinos, defensores dos imperadores da idade média, contra os papas. tal envolvimento levou Dante a ser condenado a fogueira, queimado vivo em praça publica. então, viveu no exílio e nunca mais voltou a Florença. interessantíssima informação é a de que Dante, era da opinião politica que se resume-se no estabelecimento de um império regido por um Líder que abdicaria sua nacionalidade em prol da dominação de vasta porção de território. haveria também a instituição de um papado que ficaria responsável por toda a cristandade. o aspecto interessante é que Dante exigia na sua estrutura politica a liberdade individual. ou seja, Dante foi precursor da democracia, dado que a liberdade individual rege a democracia, principalmente nos dias de hoje.
Saindo um pouco da esfera politica e voltando ao óbvio, ao literato Dante, é até clichê dizer que construiu um monumental patrimônio da humanidade, uma obra que ricocheteia fortemente até hoje na literatura universal. mas, existem enormes equívocos acerca da obra de Dante. o mais triste deles é a ideia da impossibilidade de leitura da Divina Comédia. tal erro germinou e cresceu desde a publicação da obra até os dias de hoje. um texto de tal calibre, um dos livros mais lidos de todos os tempos, possui dezenas de milhares de comentários, críticas, artigos e textos de todas as épocas. muitos deles, feitos por "intelectuais" e "eruditos", que muitas vezes como forma de exibicionismo intelectual e mesquinhez mental escreveram textos que geraram a imagem sobre a Comédia de uma obra inacessível  e impossível. como por exemplo no canto I do Inferno, a imagem das três feras levaram muitos a interpretação de que são a alegoria dos pecados cometidos por Dante em vida, como luxúria e etc... mas, não se pode simplesmente ler tal passagem como imagens puramente poéticas? ou então, em outra passagem, em que Dante adormece e cai numa das margens do Aqueronte, o rio mitológico do inferno, e depois acorda do outro lado. toneladas de páginas foram escritas sobre tal grande mistério... grandes volumes dissertaram sobre esse trecho, para, no fim, concluir que a passagem é... um grande mistério. ou seja, infelizmente, muitos comentaristas infelizes atrapalharam o acesso a Comédia, criando interpretações descabidas e sem sentido.
O que muitos provavelmente se esquecem, é de que, o stil nuovo, o "movimento" engendrado por Dante, pregava justamente a simplicidade, a espontaneidade, pura, que buscava a liberdade do espírito. a revolução criativa dantesca é tão gigantesca, que, para se fazer ideia, a palavra "estética" nem ainda existia, e só foi existir 4 séculos após a morte de Dante.Ler o inferno de Dante é uma experiência forte e incrível, e, à descrição de tal cenário atribui-se a Dante o uso de alucinógenos da época, sendo essa talvez a explicação da criação de passagens tão fortes, algumas horríveis e outras magníficas. destaco o canto XXXIII do inferno, a cena em que é descrita a tragédia do conde Ugolino, que é obrigado a roer o crânio de arcebispo Ruggieri. e, em seguida Ugolino narra o episódio em que foi trancafiado em uma torre juntamente com seus filhos, e, desprovidos de alimentos, o conde se viu obrigado a comer os próprios filhos. talvez uma das cenas mais chocantes da literatura mundial.


quinta-feira, 2 de junho de 2011

Drops* - Encontros e Desencontros

a triste decepção que havia tido com Sofia Coppola após assistir "Maria Antonieta" reverteu-se em respeito enquanto assistia a "Encontros e Desencontros". o Filme traz a bela Scarlet Johansson e Bil Murray no elenco. é um sátira inteligente da ocidentalização da cultura japonesa, um retrato da subversão de uma cultura milenar pela invasão norte-americana. o enredo é envolvente e o desenrolar do relacionamento de Scarlet e Bil é ótimo. vale a pena conferir.

Pedro Almodóvar e Luis Buñuel

Os Espanhóis Luís Buñuel (1900 - 1983) e Pedro Almodóvar (1950 - ) tem muito em comum.Conterrâneos, não-conformistas e polêmicos, ateus, reacionários contra qualquer tipo de repressão, e o mais importante, ambos grandes gênios do cinema mundial.
A influência de Buñuel em Almodóvar é enorme, constantemente é homenageado nos filmes de Pedro. como no filme que marca o amadurecimento do diretor, Carne Trêmula. Almodóvar consolida sua estética e seu estilo narrativo contundente, perfeccionista e extremamente elaborado, deixando de lado o humor escrachado e os personagens bizarros de seus filmes anteriores. em Carne Trêmula Almodóvar invoca de forma magnífica, quase metafísica (citando as palavras de certo critico de cinema) uma cena de Ensaio de um Crime de Buñuel, fundindo por instantes os dois filmes, criando uma pequena ponte dinâmica entre eles na cena do tiro no quarto que atravessa a janela e termina na cena de Ensaio de um Crime. em "Matador" Buñuel faz uma espécie de releitura de Ensaio de um Crime (óbviamente percebe-se que Almodóvar ter enorme apreço por esta obra esquecida de Buñuel, como ele mesmo já declarou ser um de seus filmes favoritos.) Na ultima obra de Almodóvar, "Abraços Partidos" (los abrazos rotos), percebi certas aproximações com "O Alucinado" (El) de Buñuel que são incríveis.

"O Alucinado" invade o mundo burguês da forma que só o mestre Luís Buñuel sabe, para fazer críticas insicivas e extremamente inteligentes. Em um periodo onde virou moda criticar "capitalismo" e "burguesia", é muito satisfatório encontrar personalidades como Buñuel. longe de superficial, o filme é penetrante. óbviamente essa análise não é verdade absoluta, é a idéia que eu faço de um filme aberto a diversas interpretações, mas o que julgo essencial é enxergar como Buñuel vai fundo nas causas e consequências e como ele trabalha com contrastes para acentuar a sua critica, como os mestres literários realista. Por sinal, quando assisto Buñuel não deixo de pensar em Machado de Assis, o livro Quincas Borba possui algumas cenas que se acemelham com "O Alucinado", coincidencias muito bonitas. voltando nos constrastes, Buñuel nos apresenta seu protagonista, D. Franscisco, mais que isso, ele quer mostrar a formação do mesmo, a moral cristã impregnada em sua formação, juntamente com os valores burgueses que Franscisco prega ao longo do filme. logo de início a irônia de Buñuel é transbordante.um homem de valores justos e nobres, altamente religioso, amigo próximo dos figurões da alta hierarquia da Igreja, seduz uma mulher justamente diante do altar. e o mesmo homem de caráter impecável, descobre que a mulher (Glória), é compromissada e então bola um plano para separa-lá do namorado. ou seja, um católico fervoroso que comete o adultério. isso é só o começo. após o casamento, buñuel disseca a personalidade de Don Francisco, mostrando de forma piscanalitica o produto de uma educação conservadora, rigorosa, envolta de uma esfera moral católica, extremamente rigida, que é um homem fraco, neurótico, inseguro, e finalmente, infeliz. Isso tudo se dá através da relação de Francisco com Glória, atitudes paranóicas, sem sentido e controversas, ambíguas. o relacionamento torna-se perseguição e graças ao seu poder e influência, Glória não tem  a quem recorrer. isso tudo culmina em uma cena de fotografia impressionante, na torre onde Francisco "estrangula" Glória, quase jogando-a torre abaixo. até ai Buñuel poderia muito bem ter encerrado seu filme, e já seria uma bela obra, mas, o diretor ainda tem a mostrar. o filme é também o retrato da progressão da loucura de Francisco, e no auge dessa doença mental, que reafirmo, ser o produto da repressão na formação da personalidade de um ser-humano, através da moral cristã e os valores burgueses, Buñuel nos presenteia com uma pequena cena de extrema vanguarda técnica e caráter surreal, que é o estopim da loucura de Franscisco. por fim, um desfecho de conclusão de enredo e uma ultima cena de provocação, fechando mais um filme com chave de ouro.
Abraços Partidos é um lampejo de esperança para o cinema moderno. particularmente, o melhor filme de Almodóvar, lindo. Penélope Cruz é inexplicavel, dotada de uma beleza que traga a todos. O filme conta a história de um escritor cego que usa o pseudônimo de Harry Caine, que se chama Mateo Blanco. não quero ficar preso ao enredo porque é extrermamente labiríntico então prefiro apenas ressaltantar os momentos que mais me encantam. primeiramente, voltando a O Alucinado, o filme utiliza o recurso de flashback para ajudar na dramatização do enredo, e Abraços Partidos" também usa, que na verdade é o que cria a atmosfera essencial do filme. a "sinopse" de"El" como já foi dito é,(obviamente, sinopses são resumos grosseiros mas o faço para ajudar na comparação) a história de um burguês rico que apaixona-se perdidamente por uma mulher e depois tranforma-se num paranóico extremamente ciumento, que passa a tomar atitudes agressivas e doentes para com a mulher. em Abraços Partidos Penélope Cruz interpreta Lena, bela mulher , secretária de um empresário rico e poderoso, que se apaixona pela mesma e a toma como esposa. na minha visão almodóvar faz uma transposição de alucinado em abrazos rotos, como por exemplo a cena em que Francisco agride Glória em "El", é parafraseada em abrazos rotos, onde Martel( o empresário) empurra Lena da escada. a diferença é que almodóvar descentralizou tal trama, e criou pequenos enredos-nucleos com novas personagens, e consegue de forma maravilhosa ligar tudo e problematizar de forma intrínseca todos eles. almodóvar ainda nos presenteia com cenas extremamente poéticas, belíssimas durante a fuga de Mateo e Lena, que irão se relacionar posteriormente.

O jogo de contrastes também está presente no filme. Almodovar retrata o contraste de Mateo e Ernesto através do sexo. A relação de Lena com Ernesto é uma tarefa árdua, um esforço, e após mostrar com muita sensualidade uma cena de Lena e Mateo, envolvente, dinâmica, coloca em seguida Lena e Ernesno, cobertos por lençois, sufocados, de forma extremamente fria e crua. Lena vômita após fazer sexo com Ernesto. próximo do fim o filme apresenta um paradóxo extremamente triste; a cegueira para um homem que dedicou a sua vida às imagens. novamente afirmo, não me ative ao enredo do filme devido a todo um jogo de desenvolvimento de Almodóvar, que deve ser absorvido no ato de assistir o filme, a prova empirica. também nada do que disse é compravado, é verdade. talvez Almodóvar não tenha tido a intenção de parafrasear Buñuel, mas gosto muito de acreditar nisso, pois  a Arte deve ser sempre reinventada, renovada, como disse um grande professor meu.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Filmes Favoritos - Os Incompreendidos.

Totalmente libertário, tanto cinematograficamente quanto ontológico, Incompreendidos é a obra máxima de Trouffaut, e é seu longa de estréia. um dos inaugurantes da novelle vague francesa, e obra de muita importancia para a sétima arte. não vou me ater a toda essa importancia tanto histórica quanto técnica etc, mas sim ao que o filme representa para mim. primeiramente, Truffaut nos presenteou com duas das cenas mais belas do cinema em um só filme; a de abertura e a do fim. a de abertura, um "travelling" por Paris filmando a cidade de um angulo jamais esperado, bairros desconhecidos e em meio a telhados e becos, ao longe vemos a Torre Eiffel. é estonteante, ver tal monumento universal deixado no segundo plano, "desvalorizado", não idealizado, mas mostrado como simples objeto do cotidiano. digna de nota também é a trilha sonora, maravilhosa, de Georges Delerue, que inclusive ganhou alguns importantes premios. O jogo de câmera privilegia o real, com cenas fixas e sem muitos cortes, plano sequencia, para valorizar o aspecto de liberdade nas ruas, que contrastam com os ambientes claustrofóbicos e sufocantes da escola, o apartamento, etc. o filme irá acompanhar a trajetória de Antonie Doinel, garoto de 12 anos (se não me engano) durante um periodo crucial da infancia, primeiras experiencias sociais, etc. o filme pode ser entendido como a simples história de mais um garoto reprimido a priori , mas é muito mais, é um estudo antropológico e social fantástico. Truffaut coloca a personagem diante de quase todos os aparelhos do sistema e tece uma critica a cada um deles, ao seu autoritarismo, hierarquia e hipocrisia, como o professor hierarquicamente privilegiado na instituição e totalmente repressor aos garotos, como quando acusa Doinel de plágio pelo seu dever balzaquiano e muito bem feito, ou o castigo que é imposto no mesmo pela foto de uma pinup. essa série de agruras e humilhações que a personagem passa disseca todo um funcionamento do sistema social, e como ele tenta moldar o homem e aliená-lo.


 se ele é criança, jogam-no na escola, se vaga pelas ruas, vai para a prisão e ou reformatório... ou seja, mostra como os "não-adaptados", as "peças quebradas" são facilmente depositadas e remontadas para se tornarem mais uma pequena engrenagem da máquina social. sem falar na familia, que Truffaut mostra como é coberta de relações falsas, hipócritas e autoritárias, a mãe(esse simbolo tão importante para todo e qualquer estudo piscológico e sociológico) que trai o marido, faz descaso do filho, abusa da hierarquia familiar e que cria uma mascara de aparencias social em relação a situação do filho. E assim o filme segue contrastando cenas de liberdade e confinamento, todas essencialmente importantes para a absorção da idéia principal do filme. A cena final considero um protesto de Trufaut contra tudo isso, é a materialização da idéia sartreana de liberdade, a luta do individuo de forma inconsequente pela mesma, disposto a lutar de forma contundente, que leva a um resgate do sentido instintivo humano. uma obra prima sem duvida, isso tudo sem citar as inovações técnicas de truffaut, sua busca por uma simplicidade de imagem que garante uma maior proximidade com a realidade, uma leveza e eficácia de filmagem, realmente primorosa.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011


Darren Aronofsky é um daqueles artistas que conseguem criar seu próprio universo, suas obras habitam o mesmo microcosmo e interagem entre si. tal nível de interação entre arte e artista é rara, e muito bela. o ultimo lançamento do diretor estaduniense alcançou estrondoso sucesso, e vem talvez "chocando" pessoas que esperavam outra coisa de uma, digamos, interpretação do ballet de tchaikosvky, o Lago dos Cisnes(as jovens bailarinas que o digam). pessoalmente, o filme conseguiu me prender como poucos fazem. tem uma atmosfera densa e carregada que te puxa, e uma fusão de suspense piscológo e drama na medida exata.O filme, se em mãos de um diretor qualquer, com certeza teria caído no cliche antigo da bailarina em busca do papel de seus sonhos, para orgulhar a mãe ex-bailarina, etc... mas, Darren impregnou o filme de piscologia freudiana, junto com seus próprios recursos e senso criativo, o que resultou em cenas incriveis, perturbadoras e belas, muito longe de um filme cliche. interessante notar algumas referencias que Cisne Negro faz á outra obra de Darren, "Pi",como a cena no metrô, em que as duas personagens(dos dois filmes) vêem um senhor de idade que os "atenta". essa alucinação compartilhada pelas duas personagens explicita o tema que Darren adora, a loucura humana. todos os seus filmes tratam da loucura. Em Pi, o sua obra prima na minha opinião, a personagem principal é um matemático que busca um padrão na maior forma de caos humano, a bolsa de valores. Max é um matemático anti-social que está próximo de tal padrão matemático, e em meio a sua busca muitas reflexões nos são impostas, do nosso sistema economico até a existência de Deus. o encontro de Max com o numerólogo judeu que também pesquisa um padrão matemático, no TORÁ, é a representação de toda uma discussão de ciência e religião e, talvez, uma tentativa de conciliação entre as duas.

Nina e Max trazem diversas semelhanças, os dois de alguma forma buscam a perfeição, e é essa busca que os levam a afundarem em sua loucura, esse fardo de carregar a perfeição os fascina e os destrói. em Pi, pode-se dizer que o "nível filosófico" é maior, é um filme que leva ao questionamento da existencia, e o que está por trás dela. as notas de Max, são os elementos mais importantes para o filme, "o mundo pode ser compreendido em números", essa, porque é a partir daí que todo o filme vai trabalhar e se desenvolver, e "quando eu era criança, minha mãe disse para eu não olhar diretamente para o sol, então eu olhei e os médicos não sabiam dizer se eu iria voltar a enxergar, mas pouco a pouco a escuridão foi se dissipando e eu voltei a ver, mas algo dentro de mim havia mudado". é fundamental essa fala, que representa toda a dúvida e por consequencia busca da personagem, um questionamento que vai recebendo as respostas gradativamente, ao longo do filme, esse ato de olhar para o céu, e ver a escuridão, talvez, e só talvez, seja a grande metáfora resumidora do filme. ao longo do filme ele altera essas notas, e, entede-se então que ele está chegando na sua resposta. a cena final, que é totalmente elucidativa, é a resposta da nota, Max não precisa mais buscar nada.
Fora a carga filosófica do filme, a estética é também incrivel, Aronofsky usa recursos de influencia surrealista, que ajudam a manter a "espiralidade" do filme, que é o simbolo do padrão matemático, e tudo caminha por esse padrão, a loucura da personagem, o desenvolvimento, a sua busca, etc.

Já em Cisne Negro o elemento mais bem colocado na minha visão, é o papel da mãe de Nina, que é nos revelado ao longo do filme, inicialmente, uma mãe que apoia a filha na carreira rigida de bailarina, cuidando da sua alimentação e seu preparo fisico. mas, ao longo do enredo, o papel materno revela-se um dos causadores da loucura de Nina, o conservadorismo, o peso imposto pelo fracasso da mãe que também era uma bailarina, frustrada pelo tempo e o envelhecimento, enfim, toda uma série de fatores que nos são apresentados de maneira excepcional e que nos gera um exercício piscológico fantástico. talvez eu esteja cometendo um pecado que é resumir tais filmes em poucos parágrafos, principalmente Pi que virou um de meus filmes favoritos, e que devem ser assistidos por todos os que procuram bom cinema, filosofia, boa arte.